2 Processo Estocástico

2.1 O que é um Processo?

Processo é um termo que indica a ação de avançar, de ir para frente. É um conjunto sequencial de ações com objetivo comum.

Exemplos são: fabricas que produzem coca-cola por exemplo, onde existe esteiras que vão levando latas de aluminio, que são pintadas, preenchidas com liquido, lacradas, pressurizadas etc…

2.2 Processos Estocásticos

DEF 2.1 Um processo estocástico é uma familia de variáveis aleátorias indexadas por um conjunto T \(\neq\) \(\phi\).

\[{X(t), t \in T} \text{ ou } {X_t, t \in T}\]

\(t_{fixo} \rightarrow\) va X(t)

\(w_{fixo} \rightarrow\) função real (chamada tragetoria do processo)

O conjunto de todas as trágetorias é chamado “ensemble”.

A descrição completa de um processo estocástico pode ser extremamente complexo, mas em certos processos uma estrutura de probabilidade adequada pode facilitar tal descrição.

O conjunto T será chamado de espaço de parâmetros. Geralmente o índice t será identificado como ‘tempo’. O conjunto S no qual a va assume valores será chamado espaço de estados.

Exemplo 2.1 No experimento do lançamento da moeda.
{\(X_n\), n=1,…,24}, sendo \(X_n\) uma va dicotômica em que S = {-1,1}, T = {1,2,…,24}

Também definimos o processo {\(G_n\),n=0,…,24}.

Logo o resultado teriamos então.

T = {0,1,2,…,24} e S = {-20,-19,…,0,1,…28}

Notar que na verdade, por se tratar de uma va existe uma dependência com o espaço amostral \(\Omega\), isto é, deveriamos escrever X(w,n), mas por simplicidade vamos escrever apenas X(n) ou \(X_n\).

2.3 Espaços T e S

Dependendo da natureza dos espaços T e S temos, quatro casos a saber:

2.3.1 T discreto e S discreto

Temos um PE discreto a tempo discreto

Exemplo 2.2 Exemplo da moeda

{Gn, n \(\in\) T} sendo T = {0,1,2,…,24} e S = {-20,…,28}

2.3.2 T é contínuo e S discreto

Temos um PE discreto e o tempo contínuo.

Exemplo 2.3 {\(X_t\), t \(\in\) T} onde \(X_t\) nº de carros que passaram num pedagio até o instante t.

T = [0, +\(\infty\)]

S = {0,1,2,3,4,….}

2.3.3 T discreto e S contínuo

Temos um PE contínuo e o tempo discreto.

Exemplo 2.4 {\(X_t\), t \(\in\) T} A pressão diastolica de n-eisimo individuo.

T: {1,2,3,…,N} S: {0,+\(\infty\)}

2.3.4 T contínuo e S contínuo

Temos um PE contínuo a tempo contínuo

Exemplo 2.5 {\(X_t\), t \(\in\) T} voltagem na rede no instante t

T = (0,+\(\infty\))

S = (0,+\(\infty\))

2.4 Descrição probabilística

Considere um PE {\(X_t\), t \(\in\) T}. Para \(t_1\) fixo, X(\(t_1\)) é uma va com função distribuição.

\[F_x(x_1,t_1) = P(X(t_1) \leq x_1) \rightarrow \text{ distribuicao de 1 ordem de X(t)}\]

Para \(t_1\) e \(t_2\) fixos, temos que:

\[F_x(x_1,x_2;t_1,t_2) = P(X(t_1) \leq x_1, x(t_2) \leq x_2) \rightarrow \text{ distribuicao de 2 ordem de X(t)}\]

Em geral,

\[F_x(x_1,x_2,...,x_n;t_1,t_2,...,t_n) = P(X(t_1) \leq x_1, X(t_2) \leq x_2, ..., X(t_n) \leq x_n)\]

\(X(t_1) \in (-\infty,x_1], X(t_2) \in (\infty,x_2],...\)

Distribuição da n-esima ordem de X(t).

Se as va’s X(\(t_i\)) com i = 1,…,\(\mu\) fossem discretas, podemos escrever:

\(P_x(x_1,x_2,...,x_n;t_1,...,t_n) = P(X(t_1)=x_1,...,X(t_n)=x_n)\)

  • Se \(X(t)\) é um PE a tempo continuo podemos escrever:

\(f_x(x_1,...,x_n;t_1,...,t_n) = \frac{\partial^n F_x}{\partial x_1,...,\partial x_n}\)

A descrição completa precisaria calcular todas as distribuições de X (distribuições-finita-dimensionalidades) o que seria muito dificil. Felizmente, em determinados casos, é necessário calcular a penas as duas primeiras distribuições ??? (momentos).

2.5 Média, variância e covariância

DEF 2.2 A função média de um PE {X(t), t \(\in\) T}:

\[\mu_x(t)=E[X(t)]\]

DEF 2.3 A função variância do processo X:

\[\sigma^2_x(t) = var[X(t)]\]

DEF 2.4 A função covariância do PE X = {X(t),t \(\in\) T}:

\[K_x(s,t) = cov[X(s),X(t)] = E[X(s),X(t)] - \mu_x(s) \mu_x(t)\]

DEF 2.5 A função de autocorrelação:

\[R_x(s,t)=E[X(s),X(t)] - \mu_x(s) \mu_x(t)\]

Exemplo 2.6 Seja o PE X(t) = \(Z_1\) + \(Z_2\) sendo \(Z_1\), \(Z_2\) iid N(0,1)

\[\begin{equation} \begin{split} \mu_x(t) &= E[X(t)]\\ &= E[Z_1 cos \lambda t + Z_2 sen \lambda t]\\ &= \underbrace{E[Z_1]}_0 cos \lambda t + E[Z_2] sen \lambda t \\ &=0 \end{split} \end{equation}\] \[\begin{equation} \begin{split} K_x(s,t)=cov[X(s),X(t)] &= cov[{Z_1 cos \lambda s + Z_2 sen \lambda s}, {Z_1 cos \lambda t + Z_2 sen \lambda t}] \\ &= cov(Z_1 cos \lambda s, Z_1 cos \lambda t) + cov(Z_1 cos \lambda s, Z_2 sen \lambda t) + cov(Z_2 sen \lambda s, Z_1 cos \lambda t) + cov(Z_2 sen \lambda s, Z_2 sen \lambda t) \\ &= cos \lambda s . cos \lambda t . cov(Z_1,Z_2) + cov \lambda s. sen \lambda t . cov(Z_1,Z_2) + sen \lambda s . cos \lambda t . cov(Z_2,Z_1) + sen \lambda s . sen \lambda t . cov(Z_2,Z_2)\\ &= cos \lambda s . cos \lambda t + sen \lambda s . sen \lambda t \\ &= cos(\lambda s - \lambda t)\\ &= cos[\lambda(s-t)] \end{split} \end{equation}\]